FORÇA MOTRIZ

Somos Força Motriz, Pensamentos
Vagando no Éter da comunicação
Colhendo palavras, sentimentos
Semeando Amor em pura doação.

Encontrei a ti e junto com estes versos
Que são frutos desta minha emoção,
Traduzindo carinho à todos por certo
Espero tocar bem de leve teu coração.

Tú, que com amizade me homenageias
Infundindo em mim, esta gratidão
Certamente de mim, tu granjeias

Um lugar que é só teu e com razão.
Apesar da distância que nos permeia
Está aqui, no fundo do meu coração.


Você é o visitante nº

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O Milagre



O  Milagre
Quase perdido no tempo, a história de um estranho caso ocorrido a 59 anos atrás, em uma, então, cidadezinha do interior do Estado do Pará, chamada de S, João de Pirabas.
Nesta cidade, como em todas as cidades paraenses, celebra-se a festa do círio de Nssª Srª de Nazaré. (Festividade celebrada com uma procissão em homenagem a Santa padroeira, e em continuação, o arraial, onde se apresentavam artistas vindo da capital e de outras paragens, além das barraquinhas com comidas típicas e bebidas, e outras com jogos diversos, como argolas, pescaria de prêmios,  tiro ao alvo, derruba latas, e o parque de diversões com seus variados brinquedos, e em algumas poucas cidades, havia o salão de festas, com início  após as 20.00 hs , onde os jovens exibiam-se como dançarinos, indo madrugada a dentro.)
A particularidade desta cidade, é que a celebração do dia de finados, ocorre no meio do período de celebração do Círio, do lugar. Nesta época, não existia a chamada “Lei  Seca” e muitos dos que iam prestar sua homenagem fúnebre aos parentes falecidos, lá iam, com algumas cervejas e ou drinks no estômago e na cabeça. Traduzindo: meio embriagados. Foi neste cenário, que por volta das 17.30 hs, um grupo de jovens rapazes, dirigiram-se ao cemitério para prestarem  também suas homenagens  aos seus. Em lá chegando, separaram-se ficando de encontrarem-se na saída para continuarem sua celebração no arraial. O tempo foi passando, e um dos jovens do grupo, era visitante e como não tinha nenhum parente enterrado ali, ficou passeando...  observando...Mas logo o cansaço aliado ao efeito das cervejas que tomara, foi aumentando e decidiu sentar-se ali mesmo em cima de uma lápide, para aguardar os outros que talvez passassem por ali. Mas logo, o cansaço foi aumentando e transformou-se em sono e sem que percebesse, foi-se ajeitando... ajeitando, e acabou por deitar-se e dormiu ali mesmo.
Os amigos, não o avistando mais, presumiram que  ele houvesse voltado ao arraial que ficava a uma distância de quase 1 km. do cemitério, e já que a estrada de terra batida, assim como o cemitério, não tinha luz elétrica e nem casa tão perto, resolveram apressar o passo.
Lá pelas 19.00 hs. o incômodo da fria lage, o acordou. Olhou a  sua volta, algumas velas ainda bruxuleavam o  ambiente. Sentou-se... Espreguiçou-se...  e dando-se conta de onde estava , o medo arrepiou-lhe os cabelos. Sorte sua, avistou a umas dezenas de metros, uma família retardatária, que ainda fazia suas orações.  Graças à Deus... Não estou só ! “pensou”  e ajeitando-se, resolveu juntar-se aquela família para retornar ao arraial. Mas surpreso, notou que a família, mui apressadamente, dirigia-se à saída, quase correndo.
Aconteceu que enquanto ele se levantava do túmulo onde havia pego no sono, foi visto por uma jovem da família, que perplexa e muda, pelo medo, só conseguia apontar na direção do jovem visitante que lá estava, e ao prestarem atenção para onde ela apontava, entenderam que um defunto estava saindo de seu túmulo e espreguiçava-se, preparando-se  para andar e ao notarem que ele vinha em sua direção, danaram-se a correr na direção da saída do cemitério.
Tamanha a confusão, que a jovem moça, foi ficando para trás... Aflita, em meio ao toc...toc... que  suas duas muletas batiam apressadamente no chão, no afã, de alcançar seus familiares. Sem entender o que estava acontecendo, o jovem visitante, ainda cambaleante, tratou de apressar o passo, para alcançar a família que  já ganhava a estrada parcamente iluminada por um candeeiro que alguém da família carregava.
Ao notar que a distância aumentava, gritou:  ME  ESPEREM !..
Foi a gota d’água.  Desembestaram na correria esquecendo a jovem aleijada e o pressuposto defunto, para trás. Até que em completo desespero, a jovem largou as muletas e tropegamente, começou a correr também, e logo, a passos largos, foi  adentrando assim no arraial que já se movimentava em torno da notícia de um ressuscitado. Exausta, a jovem moça desmaiou, enquanto os parentes abanavam-na e providenciavam água, para reanimá-la. Quando voltava à si, notaram que ela havia deixado as muletas e tinha, não  só andado, como corrido e bastante.
Nesse clima, perceberam que o pseudo defunto que chegava naquele momento, era o jovem visitante, cujo grupo também estava por ali a sua procura.
Os familiares da jovem começaram a balbuciar: milagre... milagre, a aleijadinha andou !
O murmúrio, foi-se estendendo pelo arraial e logo, ouviu-se um brado: Milagre. Sim, aconteceu um milagre... Minha filha andou.   Hoje quem paga, sou eu.

Pode até parecer ficção, mas o jovem visitante, era  o meu pai e os seus amigos, assim o confirmaram.    
Este conto, é um presente de aniversário para minha filha, Rosana Costa Peres.
Salve 02/ 11/ 2013.   Valdemir F. S. Costa.