Abrindo este parêntese de homenagens, o faço aquele que embalou meus sonhos juvenís e me estimulou a voar: José Guilherme (J G), de Araujo Jorge, que em um de seus poemas, dizia:
O que a vida te der, seja migalha embora,
Se é migalha de AMOR, de prazer, de alegria:
colhe-a ! Que esta migalha é o pão de cada dia;
E há de um dia chorar, quem hoje a jogar fora !
Um comentário:
Em meio a sua vasta obra, escolhi aquela que mesmo sem metrificação, possui uma melodia formidável. Trata-se de:
ESSA...
Essa, - que hoje se entrega aos meus braços escrava,
- olhos tontos do amor de que aos poucos me farto,
-ontem... era a mulher ideal que eu procurava
que enchia a minha insônia a rondar o meu quarto...
Essa, - que o meu olhar parado e indiferente há pouco se despiu...divinamente nua,
já me ouviu murmurar em êxtase fremente:
-¨Sou teu!¨E Já me disse,a delirar: -¨sou tua!¨
Essa, - que encheu meus sonhos, meus receios vãos,num tempo em que eram vãos meu sonhos meus receios,
já transbordou de vida a ânsia das minhas mãos com a beleza estonteante e morna dos seus seios!
Essa,-que se vestiu...que saiu dos meus braços e se foi...-para vir,quem sabe?...uma outra vez...
Segui-a...-e eu era a sombra dos seus próprios passos!
Amei-a... e eu era um louco quando a amei talvez!
Hoje... seu corpo é um livro aberto aos meus sentidos,já não guarda as surpresas de antes para mim...
Não importa se há livros muita vez relidos,importa... é que afinal, todos eles tem fim...
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Essa,- a quem julguei ter tanta afeição sincera, e hoje... não enche mais minha solidão,
-simboliza a mulher que sempre a gente espera,mas que chega... e se vai...-como todas se vão...
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